Homens e mulheres possuem ciclos de resposta sexual diferentes, o que foi estudado cientificamente a partir dos anos 1960 com o casal de pesquisadores Master e Johnson que inauguraram o primeiro laboratório de estudos da sexualidade, onde foi possível acompanhar todas as fases de uma relação sexual e seus efeitos psicofisiológicos.
Dessa forma, Master e Johnson descobriram o que denominaram de Ciclo da Resposta Sexual Humana, sendo este composto por quatro fases diferentes: excitação, platô, orgasmo e resolução. Em seguida a pesquisadora Helen Kaplan, médica psiquiatra, complementou esse ciclo com a fase do desejo sexual, sendo que hoje o Ciclo da Resposta Sexual Humana apresenta quatro fases já consagradas, sendo elas:
1º. Fase do desejo: onde há uma estimulação dos instintos sexuais e os apetites para o ato vão num crescendo;
2º. Fase da excitação: há uma resposta fisiológica de preparação do organismo para o ato sexual, como por exemplo através da lubrificação feminina ou da ereção masculina;
3º. Orgasmo: onde após a atividade sexual o indivíduo chega ao ápice do prazer, havendo uma descarga da tensão sexual armazenada até então, com uma profunda sensação de prazer;
4º. Resolução: fase em que há uma refração, volta do organismo a sua homeostase, havendo diferenças entre homens e mulheres quanto a esta fase.
O artigo hora analisado, prende-se apenas as respostas sexuais femininas, descrevendo o processo de excitação da mulher com as seguintes fases:
a. Transudação e lubrificação vaginal;
b. Alongamento e alargamento da vagina;
c. Intumescimento da genitália externa;
d. Intumescimento do terço inferior da vagina, formando a “plataforma orgásmica”;
e. Aumento de volume do útero;
f. Elevação do útero na pelve.
O estudo do ciclo de resposta sexual da mulher, bem como todo o processo excitatório, é de suma importância para a compreensão das disfunções sexuais que acometem as mulheres.
Há que se considerar, em primeiro lugar, no tratamento das disfunções sexuais femininas, e também masculinas, causas fisiológicas que possam estar atrapalhando o ciclo de resposta sexual, tal como quadro clínicos de artrite, dificuldades urinárias ou intestinais, trauma ou cirurgias pélvica, fadiga, dores de cabeça, distúrbios neurológicos como esclerose múltipla, e síndromes de dores não tratadas. Além dessas, o autor ainda cita doenças cardiovasculares associadas, tais como o diabetes, doenças do coração e pulmões e incontinência urinária.
Questões hormonais que ocorrem após o período da menopausa também devem ser consideradas e tratadas com a reposição hormonal devidamente prescrita por especialistas.
Toda essa gama de problemas fisiológicos podem afetar de forma fundamental a resposta sexual do indivíduo, inclusive com a perda do interesse sexual.
Podemos abrir uma discussão interessante quando observamos o aspecto psicossocial das disfunções sexuais, por se tratar de algo que envolve o laço afetivo e de ajustamento entre os parceiros sexuais, bem como crenças e ortodoxias religiosas com suas idiossincrasias e puritanismos prejudiciais.
Caso haja algum problema de ordem interpessoal que esteja afetando o casal, poderá haver uma perda do interesse sexual por parte da mulher.
Entendemos que o sexo para mulher envolve diferenças fundamentais frente à resposta sexual dos homens. Uma vez que a mulher precisa estar sexualmente disposta para a relação, uma gama de fatores biopsicossociais estarão envolvidos no interesse sexual e na resposta do ciclo sexual feminino.
Desconsiderar ainda a responsabilidade dos homens frente às disfunções sexuais das mulheres é um ledo engano, uma vez que as relações interpessoais entre os parceiros é a base para o desejo feminino, fase que inicia todo o ciclo de resposta sexual da mulher.
Uma vez apresentada qualquer dificuldade no ato sexual ou desinteresse pelo mesmo, vale a pena procurar um especialista (psicólogo) a fim de investir na unidade casal e com isso ter uma boa e saudável vida sexual e afetiva.
Autor: Charles José da Silva. Psicólogo Clínico – CRP: 05/47134
Contatos: (24) 99273-4381 (claro – whatsapp) (24) 98825-8105 (oi) (24) 2452-8184 (consultório)
Site: www.vidaplenapsicologia.com
E-mail: charlespsique@hotmail.com
Parabéns gostei muito do seu artigo,pois nós mulheres temos que ter conhecimento sobre as mudanças que ocorrem com nosso libido!!
Obrigado pelo seu comentário Maria das Graças.
Concordo com você de que a melhor forma de auxiliarmos a nós mesmo é através do conhecimento, isso em todas as áreas, inclusive na sexual.
Um abraço e até outra oportunidade.